sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

O HOMEM QUE CRIOU A MELHOR BANDA DO MUNDO






















2016 tem sido cruel para a música.

A semana termina com a notícia da morte de um dos músicos que fizeram o mundo mais dançante e menos careta.

Desta vez quem partiu foi MAURICE WHITE,  o fundador do EARTH, WIND AND FIRE, o grupo americano criado em 1969  que vendeu quase 100 milhões de discos graças a uma mistura incrivelmente energética de rhythm and blues, soul, funk e sons da "Mama África".

Tinha 74 anos e sofria de Mal de Parkinson, morreu em sua casa, em Los Angeles.

Foram dezenas de sucessos, ao longo de pelo menos 3 décadas, hits inconstáveis e planetários como
"Shining Star", "Sing A Song", "Boogie Wonderland", "September", "Devotion", "After The Love Is Gone", "September" e "Let´s Groove". A grande maioria petardos sonoros sacolejantes, obrigatórios em qualquer festa e ainda baladas que fizeram a trilha sonora de muitos romances.


O EW&F foi o principal responsável por consolidar definitivamente o termo "banda" no vocabulário pop, ao mostrar que vários músicos juntos, tocando instrumentos de todos os tipos, poderiam realmente criar um som vigoroso e definitivo.

Eles estiveram no Brasil pela primeira vez em 1980, para três shows espetaculares no Maracanãzinho, no Rio de Janeiro. Um deles contou com um convidado bem especial: GILBERTO GIL, que dois anos antes tinha lançado o disco "REALCE", trabalho com notória e assumida influência da banda americana.



MAURICE WHITE pôde partir com a certeza de que os sons que fez influenciaram diretamente várias gerações de músicos, dançarinos amadores e profissionais,  jornalistas e radialistas, que como eu, não cansavam de anunciar pelas ondas sonoras os vários sucessos da melhor banda do mundo.

Nos últimos anos, o EW&F voltou às paradas de maneira súbita e arrebatadora graças ao filme francês "OS INTOCÁVEIS",  de 2011, um sucesso nas telas de todo o mundo e que até hoje é exibido na TV com enorme aceitação, garantia de diversão pura.

O longa teve incluído em sua trilha sonora dois grandes hits da banda, que certamente foram fundamentais para as pessoas saírem do cinema com vontade de dançar.









sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

ROMÁRIO CINQUENTENÁRIO

























Hoje é dia de celebrar o gol.

O aniversário de um dos maiores especialistas da razão de ser do futebol.

Aquilo que faz a diferença no final das contas.

ROMÁRIO DE SOUZA FARIA chega hoje à emblemática marca de 50 anos de vida.

Longe de ser uma unanimidade fora das quatro linhas, o baixinho é figura ilibada quando se fala de artilheiro, de vocação para colocar a bola nas redes das mais variadas formas.

Nisso ele foi incontestável em todos os lugares por onde passou, em gramados impecáveis da Europa ou em campos sórdidos do interior brasileiro, para comportadas plateias de pequenas cidades holandesas ou multidões embevecidas que encheram várias vezes o Maracanã ou o Camp Nou.

ROMÁRIO foi o "Gênio da grande área", letal, com uma rara noção de posicionamento, coisa que certamente aperfeiçoou quando saiu do Brasil para jogar no PSV da Holanda, o país que ensinou ao mundo como ocupar sabiamente todos os espaços.

Em seguida foi mostrar sua arte de para os impulsivos catalães de Barcelona, onde virou ídolo de uma das torcidas mais exigentes do planeta bola.

E se tornou o principal protagonista de uma seleção brasileira sem brilho, mas que acabou com um jejum histórico de cinco Copas do Mundo sem colocar as mãos na taça.

ROMÁRIO dos 1000 gols. O ídolo de Vasco, PSV, Barça, Valência, Flamengo, Fluminense e América.

Um gigante de 1,67 que o futebol jamais esquecerá.














segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

DAVID BOWIE: A ETERNA MUDANÇA



























A época em que foi tirada esta foto está marcada na bola equilibrada pelos joelhos do menino sentado no centro da segunda fila.

E o primeiro desta mesma fila, da esquerda pra direita era um guri chamado DAVID ROBERT JONES , que dez anos depois iniciaria sua trajetória para se tornar um dos homens mais famosos do planeta, não como atleta, mas como músico, compositor, ator, artista completo, com o nome de DAVID BOWIE.

Ele nasceu em Londres, onde foram criadas as regras do  futebol moderno; a cidade que abriga 14 clubes profissionais e estádios majestosos.

Era mesmo impossível ficar imune ao esporte mais popular do planeta, não ter a bola nos pés ou nas mãos, não participar de algum "team", fosse na rua ou no colégio. Praticamente todos os grandes astros do rock inglês bateram sua bolinha, alguns foram até donos de times profissionais.

 Mas BOWIE era exatamente o oposto do que é o futebol, o esporte (assim como a música)  que movimenta bilhões de dólares e pessoas ao redor do mundo e que é praticamente imutável em seu jeito de ser praticado.

DAVID BOWIE era a constante transformação, o símbolo carnal da mudança.

"CAMALEÃO", o apelido pelo qual também sempre foi chamado por jornalistas, radialistas e fãs, é o mais perfeito já criado para definir sua obra, porque as todas as coisas devem mudar, precisam de outra pele, de novas folhas, sair do lugar. É a função do artista, apresentar o novo, o inesperado.

Assim veio sua morte, no começo de um novo ano, de forma inesperada, no inicio do dia.

Imagem criada em 2015 pelo blog argentino "La Casaca", que homenageou grandes álbuns de rock inspirado no design das camisas de futebol


sábado, 2 de janeiro de 2016

RIVELLINO 70





















Cinco dias depois de ter lançado meu livro "FUTEBOL NO PAÍS DA MÚSICA" (Panda Books 2009) recebo uma ligação da produção do "JUCA ENTREVISTA", da ESPN Brasil, com um convite para participar do programa. Tinha certeza que o papo seria bom e fluente, mas sabia que o JUCA KFOURI gostava de lançar umas perguntas espinhosas.

Até que a conversa foi bem tranquila e sem percalços, mas entre muitas histórias e revelações, o Juca me pediu que citasse um jogador do futebol brasileiro que deveria ter sido mais lembrado por  nossos músicos e compositores, que  chegaram a homenagear até atletas reconhecidos pela falta de habilidade ou por esquentarem o banco de reservas.

Eu não hesitei em responder, de bate-pronto: ROBERTO RIVELLINO.

O Juca só me olhou de soslaio, como é sua característica e balançou a cabeça num gesto de aprovação.



RIVELLINO, chegou neste primeiro dia de 2016 aos SETENTA ANOS e com seu nome ilibado, obrigatório em todas as listas dos maiores jogadores que nasceram neste país.

Só faltou mesmo ser mais citado ou ter servido de inspiração para nomes importantes da MPB.

Faltam músicas para o craque que nasceu em São Paulo, no primeiro dia de 1946, ano que seria aprovada a nova Constituição Brasileira, no governo do mato-grossense  Eurico Gaspar Dutra.

Sem contar as dezenas de músicas que foram feitas depois da conquista do tricampeonato na Copa do México, em 1970, RIVELLINO só foi lembrado em 1973 na voz de Luiz Américo no megassucesso "CAMISA 10", composta pela dupla Luiz Vagner e Helio Matheus, E mesmo assim pela sua fama de temperamental: "Desculpe, seu Zagallo, o Garoto do Parque tá muito nervoso/ e este meio-campo fica perigoso..."


E se ao deixar o Corinthians, em 1975,  o destino  de RIVELLINO fosse o Flamengo e não o Fluminense, onde aterrissou para ganhar títulos e azeitar a famosa "Máquina"?

Será que JORGE BEN JOR comporia mesmo "CAMISA 10 DA GÁVEA" para ZICO?

Talvez CHICO BUARQUE é quem deveria ter feito uma musica para o "Camisa 10 das Laranjeiras", afinal naquela época ele mesmo comprovou que "Aqui na terra tão jogando futebol"  e se tivesse uma falta na entrada da área para o seu tricolor, a torcida já sabia quem iria bater.

RIVELLINO também foi o grande ídolo de MARADONA, este sim, tema de dezenas de canções, compostas por seus fiéis e fanáticos fãs músicos.

E se justifica perfeitamente, a lembrança do maior craque da história do futebol argentino. RIVELLINO tinha visão de jogo, liderança, arranque, um chute mortal, motivo de muitos gols de falta e de fora da área e foi inventor de um drible único e original, apelidado de "elástico", capaz de humilhar os adversários, como dá para se ver nessas imagens imortalizadas pelo CANAL 100, num clássico de 1975, entre Fluminense e Vasco.

PARABÉNS, RIVA!






quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

LILABUNGALOW - SOM ALEMÃO PARA VIRAR O ANO









Da esquerda prá direita: Patrick, Dave e René.


Uma das melhores novidades lá de fora que ouvi este ano foi o trio alemão LILABUNGALOW

Comecei a conhecer o som deles quando vi a banda na programação do tradicional FESTIVAL DE JAZZ DE MONTREUX, realizado há 49 anos naquela cidade da Suíça

O grupo vem da cidade de ERFURT, 200 mil habitantes, capital do estado da Turíngia, bem no coração da ALEMANHA, fundada no ano de 742 e que teve grande importância comercial durante a Idade Média. É uma das cidades mais bonitas do país mais poderoso da Europa e também um conhecido centro cultural e universitário.

O LILABUNGALOW  tem sua base formada pelo cantor e multi-instrumentista PATRICK FÖLMER, o baixista DAVE BÖNSCH e o baterista RENÉ KOLDITZ, que produzem um som com influências do pop, funk, soul, música eletrônica, country e até pitadas de latinidade.

Em sua discografia estão o álbum de estreia de 2012, que leva o nome da banda; o segundo com o titulo de "PEACE TO GOLD", lançado na metade deste ano e ainda o EP "GIMME A CHICKEN SANDWICH".

Sem dúvida, um ótima trilha sonora para deixar rolar na virada do ano e vinda de um país que cada vez mais se mostra multi-cultural e aberto a influências de diversas partes do mundo, inclusive do Brasil.








terça-feira, 22 de dezembro de 2015

VERÃO NA ESTAÇÃO DA LUZ





O VERÃO é tema de centenas de canções na Musica Brasileira, em todos os gêneros e estilos.

Mas nenhuma cabe tão bem neste momento como uma gravação de ALCEU VALENÇA, que deu título ao seu álbum lançado em 1985.

Basta ver as notícias para saber que no dia que a estação mais quente da temporada dá as caras, um dos marcos históricos da maior cidade o pais, onde funciona um dos museus mais visitados do mundo, sofre um incêndio terrível, provocado em grande parte pelo descaso das autoridades.

O verão poderia ter chegado de outra maneira na ESTAÇÃO DA LUZ.


sábado, 12 de dezembro de 2015

SINATRA NO MARACA


Levantei hoje com uma frase mortal do uruguaio ALCIDES EDGARDO GHIGGIA,  o ponta-direita da seleção do Uruguai de 1950 e responsável pelo gol do título mundial da celeste naquele ano.
"SOMENTE TRÊS PESSOAS SILENCIARAM O MARACANÃ: O PAPA, FRANK SINATRA E EU".
GHIGGIA morreu em Montevidéu, no dia 16 de julho deste ano com a alcunha de maior carrasco na história da seleção brasileira.
O papa em questão era JOÃO PAULO II, o polonês KAROL JÓSEF WOJTYLA, morto em 2005, que em sua última visita ao  Brasil, em outubro de 1997, rezou um missa naquele já foi o maior estádio do planeta..
E SINATRA, um dos maiores artistas de todos os tempos, faria hoje 100 ANOS.

O cantor americano se apresentou para um Maracanã lotado por 150 mil pessoas no dia 26 de janeiro de 1980, um sábado de calor sufocante no Rio.

Foi a primeira vez que o estádio que serviu de palco para os maiores jogadores do futebol abriu seus portões para um espetáculo de um mito da música mundial, para muitos o maior cantor de todos os tempos.



Apesar de tantas histórias, o próprio SINATRA considerava aquela noite na cidade de seu amigo TOM
JOBIM como o maior momento de sua trajetória.

FRANCIS ALBERT SINATRA nasceu em Hoboken, Estado de Nova Jersey e começou a cantar profissionalmente antes de completar 20 anos.

Era o começo de uma carreira absolutamente genial e de uma vida intensa onde se juntam canções inesquecíveis, atuações marcantes no cinema, belas mulheres e logicamente, algumas situações nebulosas, mas que jamais ofuscaram seu brilho único, de voz e interpretação perfeitas e sedutores olhos azuis.

Sua voz se calou fisicamente no dia 14 de maio de 1998. Tinha 82 anos.

SINATRA, obviamente, não é um artista da minha geração, mas quando comecei em rádio, em 1981, ele ganhava as paradas do mundo todo com uma gravação deliciosa, produzida pelo mago do pop, QUINCY JONES.

E é assim que gostaria de lembrar dele na data de seu centenário.




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